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5.1 Vías

Daniel Paranayba / ISA, 2017.
Assim como leva ao desenvolvimento de mercados e sociedades, a construção de estradas incentiva a ocupação territorial desordenada, impulsiona transformações socioambientais e gera poluição ambiental. Para a Amazônia - com extensa cobertura florestal, vocação para a conservação e ampla rede de transporte fluvial, é necessário promover outros modelos de transporte e desenvolvimento que propiciem a conservação e o uso sustentável do ambiente natural (em particular da floresta e da biodiversidade), que protejam as culturas indígenas e seus direitos e que estejam baseados nos conceitos de igualdade e equidade.
Mapa: Vias na Amazônia
Apesar dessa ser uma variável de grande importantância para a avaliação dos impactos na região, a informaçãodisponível associada às vias terrestres é deficiente. Nesta análise a Raisg consolidou uma camada de informação com mais de 96 mil quilômetros de vias, que foram classificadas como pavimentadas, não pavimentadas e planejadas. As trilhas ou atalhos não foram considerados.
A densidade de vias na Amazônia, calculada a partir da extensão de estradas e território, aumentou 51% entre 2012 e 2020, passando de 12,4 km/km² para 18,7 km/km². Os países que lideraram essa expansão foram a Colombia, o Perú e a Venezuela. No caso das vias pavimentadas, durante esse período houve uma explosão na densidade viária com um aumento de 110% na Amazônia, passando de 4,1 km/km² para 8,6 km/km². Os países com um maior aumento nas vias pavimentadas foram Perú, Bolivia e Brasil.

A presença de vias gera um impacto muito maior do que a sua largura e extensão. Nesta análise considerou-se uma área de afetação de 20 quilômetros nos dois lados das ferrovias e 40 quiômetros para as demais vias. Dessa forma, estima-se que o impacto da infraestrutura viária afete 4,6 milhões de km² da Amazônia, que equivalem a 55% de sua superfície total, com diferentes tipos e níveis de efeitos sobre a biodiversidade e as populações humanas que ali habitam.