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5.4 Minería

Lalo de Almeida, 2019.
O preço do ouro e dos chamados minerais estratégicos (coltán, nióbio, entre outros) nos mercados internacionais aumentou notavelmente nos últimos anos, o que se converteu em um incentivo para a intensificação de sua extração na região amazônica, onde são abundantes. A mineração, em suas diferentes fases (potencial, solicitação, prospecção e exploração), afeta 17% da região, compreendendo 1.440.476 km²), sendo que em 56% dessa extensão ocorrem atividades de exploração e prospecção.
Brasil, Venezuela, Guyana e Perú concentram 96% da área afetada por mineração legal, sendo o Brasil o país com mais áreas de interesse para essa atividade, alcançando 75% das zonas de mineração da Amazônia.
Mapa: Zonas de mineração na Amazônia
A quantidade total de zonas minerárias sob o atual limite da Amazônia adotado pela Raisg, em 2020, é de 84.767. No entanto, quando compara-se a área considerada como Amazônia em 2012, o número de zonas minerárias saltou de 52.974 em 2012 para 58.432 em 2020. Para essa janela de comparação, a superfície total afetada pela mineração legal passou de 1.628.850 km² a 1.322.600 km².
Enquanto a Bolivia, a Venezuela e o Ecuador apresentaram um aumento na quantidade e extensão de zonas de mineração em alguma das fases da atividade, a Colombia, o Brasil e Perú caminharam no sentido contrário. Na Colombia, isso ocorreu especialmente devido à depuração do cadastro da atividade, que se focou nos processos de solicitação e na verificação do cumprimento dos requisitos legais para esse procedimento.
A extensão de projetos de mineração em Áreas Naturais Protegidas (ANPs) corresponde a 9,3% (195.535 km²). A maior extensão dessas zonas de mineração se encontra sobreposta a ANPs estaduais de uso direto, com 88.558 km². Em seguida vêm as ANPs nacionais de uso direto, com 77.262 km². Cerca de 50% das zonas de mineração sobrepostas a ANPs correspondem à fase de solicitação (97.632 km²).

No caso dos Territórios Indígenas (TIs), a área ocupada por atividade de mineração que se sobrepõe a esses territórios corresponde a 9% (267.155 km²), sendo que a mais afetada é a categoria de Tis reconhecidos, com 85,8% (229.341 km²). As zonas de mineração em fase de solicitação apresentam a maior sobreposição, com 68% (182.076 km²).